Tendência para 2022: Alugar ou comprar software?

Decerto, uma tendência em 2021 e que persiste em 2022, traz em evidência um antigo dilema: alugar ou comprar, qual seria mais vantajoso?

De fato, o aluguel é uma tendência sobre diversas necessidades de negócios que recaem sobre esse dilema. Ou seja, alugar é quase sempre mais vantajoso do que comprar qualquer coisa.

Vemos negócios surgindo exatamente para explorar esse conceito. Já existe, por exemplo, o aluguel de carro por longo período.

Todavia, ao menos para os softwares, esse conceito ainda passa por alguma resistência. A alegação mais comum para defender a compra do software é a segurança da informação.

O entendimento para justificar tal decisão está em não se confiar dados considerados sigilosos nas mãos de terceiros.

Contudo, em uma primeira análise percebe-se que boa parte dos que alegam haver essa insegurança estão iludidos com a falsa segurança sobre a informação armazenada internamente.

Simplesmente imaginar que um dado estaria seguro apenas pelo fato dele não ter sido compartilhado com um terceiro é um equívoco relativamente comum.

Um processo de negócio que dependa de armazenamento de informação em arquivos não estruturados na rede da empresa ou até mesmo localmente nos equipamentos dos usuários já coloca a informação em risco.

O risco, entenda-se, envolve primariamente a perda da informação por uma simples falta de backup. Perde-se muita informação também diante a falta de padronização e de organização do seu armazenamento.

Pode ocorrer ainda o compartilhamento indevido, involuntário ou não, da informação para um terceiro.

O que significa SaaS?

O aluguel de um software é conhecido também pela sua sigla em inglês, SaaS (Software as a Service) que significa software como serviço.

De acordo com o seu tipo, um software pode rodar em servidor dedicado ao contratante, proprio ou alugado.

Contudo, os mais comuns são os softwares oferecidos em ambiente compartilhado.

No modelo compartilhado a segurança, o desempenho e a disponibilidade do ambiente ficam sob a responsabilidade do fornecedor do software.

O software em ambiente compartilhado possui ainda a vantagem de estar sempre atualizado primeiro que nos demais ambientes de instalações locais.

Só aluga quem não pode comprar

Esse entendimento talvez nem exista mais. Por detrás dele estaria um sentimento de falsa segurança. Ao possuir algo, ao invés de alugar, eu não fico dependente de ninguém.

Mas, é preciso colocar na conta tudo o que precisará fazer para garantir o mínimo de segurança e de disponibilidade do recurso para seu pronto emprego. Afinal de contas, não depender de terceiros não significa deixar de depender.

Alguém terá que conduzir os mínimos processos de governança necessários e esse alguém será você ou quem venha a contratar para fazê-lo.

Alugar é jogar dinheiro no lixo

Essa é outra afirmação que quase não se houve mais. Tratando-se de software, menos ainda.

Os softwares costumam passar a impressão de serem recursos simples, de baixa complexidade e, portanto, os valores de aquisição ou de contratação de licenças de uso são quase sempre questionados por quem não entende do assunto.

De fato, tudo parece ser simples. Nos softwares que rodam no navegador da internet essa impressão costuma ser ainda maior. Afinal, sequer necessitariam de instalação (?).

Todavia, hoje já existe conhecimento suficiente para avaliar corretamente as vantagens entre comprar ou alugar software. O que dificilmente ocorre é a aquisição mostrar-se mais vantajosa do que a locação.

O principal motivo por alugar software ser uma tendência está na sua depreciação acelerada. Quem decide por adquirir um software enfrenta a realidade de seu investimento tornar-se obsoleto em muito pouco tempo.

Por fim, quando adquirimos algo precisamos ter a certeza de haver demanda suficiente para colocar esse recurso em utilização. Ninguém pensa em ficar com ativos empilhados na prateleira, gerando apenas despesas ao invés de produzir e gerar resultados.

No modelo de aluguel a sazonalidade na demanda de serviços não costuma ser um problema, pelo contrário. No aluguel o gasto é direcionado para a demanda.

Custo, ao invés de despesa!

Por fim, nessa conta ainda cabe uma avaliação contábil, onde o custo do aluguel também se mostra mais vantajoso do que a longa linha de depreciação de um ativo imobilizado.



Autor: Marco Antonio Portugal
Marco Antonio Portugal. Mestre em Gestão da Inovação e Engenheiro Civil pelo Centro Universitário da FEI, com MBA em Gerenciamento de Projetos pela FGV, MBA Executivo em Administração pelo Ibmec e MBA em Administração pelo Centro Universitário da FEI, possui mais de 25 anos de experiência no setor de Construção Civil. Possui certificação como Project Management Professional – PMP® pelo Project Management Institute – PMI.

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